quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A História de Moçambique

   Até agora abordamos diversos aspectos sobre Moçambique (religião, literatura, dança, música) e não falamos de um dos principais assuntos que é a sua história que tem vários aspectos interessantes que veremos a seguir.
 
   A história de Moçambique é dividida em três períodos para facilitar os estudos: o Período pré-colonial, a penetração colonial e a luta pela independência.


  • Período Pré-Colonial

   Inicialmente, no território moçambicano, haviam bosquímanos e caçadores que eram povos primitivos. Em 200/300 DC, as grandes migrações dos povos Bantus, originados dos Grandes Lagos, vieram das regiões oeste e norte da África e seguiram para o planalto e áreas costeiras do país. Esses povos estabeleceram comunidades e associações agrícolas. 

Migração dos povos Bantu



Povos Bantu


  • Penetração Colonial

   No século XV, Pêro da Covilhã foi o primeiro português a estabelecer relações comerciais com os povos da região. Logo notou que esta terra era propícia aos interesses portugueses, pois apresentava uma rota estratégica no caminho marítimo para a Índia. Em sequência, Vasco da Gama foi para o país, intensificando esta rota, principalmente em Sofala e na Ilha de Moçambique, onde foram criadas as primeiras fortalezas. O objetivo era o comércio.
   Anos mais tarde, os portugueses penetraram para o interior onde estabeleceram algumas feitorias. Os produtos mais comercializados na época eram o marfim e o cobre. E ainda havia uma tentativa em encontrar ouro.
   Quando encontraram ouro no país, portugueses dominaram o acesso à areas produtoras do ouro. Esta fase de penetração foi designada de “fase do ouro”. Depois houve as fases do marfim e dos escravos.  
   O comércio de escravos se manteve mesmo após a abolição da escravatura na Colônias, em 1889.         “(...) calcula-se que entre 1780-1800 tenham sido exportados de Moçambique em média anual, entre 10 a 15 mil pessoas e, em 1800-1850 a média anual tenha atingido cerca de 25 mil”, segundo relato do livro de Siliya.

   A colonização efetiva de Moçambique só iniciou com o advento da Conferência de Berlim (1884/1885), quando Portugal foi forçado a realizar a ocupação afetiva. Dada Dada à incapacidade militar e financeira portuguesa, a alternativa encontrada foi o arrendamento da soberania e poderes de várias extensões territoriais a companhias majestáticas e arrendatárias. A ocupação desses territórios e desumano processo de mercantilização dos negros impulsionaram revoltas internas no país.

   
   A ocupação colonial não foi pacífica e os moçambicanos impuseram sempre lutas de resistência. Na prática a chamada pacificação de Moçambique pelos portugueses só se deu no já no séc. XX.

  • A Luta Pela Independência

   Com a opressão do fascismo português, o povo moçambicano foi obrigado a pegar em armas e lutar pela independência. A luta de libertação Nacional, foi dirigida pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). Esta organização, foi fundada em 1962 através da fusão de três: a UDENAMO (União Nacional Democrática de Moçambique), MANU (Mozambique African National Union) e a UNAMI (União Nacional de Moçambique Independente).
   Depois de mais de quatro séculos de domínio português, a FRELIMO iniciou a Guerra de Libertação ou, como também é conhecida, a Luta de Libertação Nacional, que durou dez anos, conquistando a independência em 25 de junho de 1975.



   Após apenas dois anos de independência, o país entrou em uma guerra civil intensa que ocorreu de 1977 a 1992.  O partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e as forças armadas moçambicanas eram contrários a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), que recebia financiamento da Rodésia e África do Sul. Durante o conflito, cerca de um milhão de pessoas morreram em combates e crises de fome. Além da destruição de muitas infra-estruturas econômicas.          Porém, com a assinatura dos Acordos Gerais de Paz entre a o Governo da FRELIMO e a RENAMO, em 1992, o país realizou as suas primeiras eleições multipartidárias, em 1994, e manteve-se como uma república presidencial relativamente estável desde então.

Acordo geral da paz


Linha do Tempo



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

10 curiosidades sobre Moçambique

10) Além de português, Moçambique fala pelo menos mais 21 línguas nacionais, todas de origem bantu.

Comunidade bantu

9) Várias ruas de Maputo, capital do país, tem nome de líderes comunistas, como Lênin, Mao Tse Tung etc.

8) Os moçambicanos não gostam de praias como nós brasileiros, apesar de terem um litoral belíssimo. 

Foto de uma das praias de Moçambique

7) As novelas brasileiras e os cantores populares aqui, como por exemplo, Ivete Sangalo, são bastante conhecidos por lá também.

6) O Natal, em Moçambique, é conhecido como o "Dia da Família".

5) O hotel Polana, em Maputo, é obra do mesmo arquiteto do Copacabana Palace.

Hotel Polana, localizado em Maputo

4) Uma das cenas de Diamante de Sangue, foi filmado no prédio da CFM, em Moçambique.

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Poster do filme "Diamante de Sangue"

3) A timbila chope, um instrumento musical, foi considerado patrimônio mundial

2) O principal investidor estrangeiro no país é a África do Sul, seguido de Portugal e Brasil.

1) 45% da renda de moçambique vem de governos e ONGs estrangeiras, mas boa parte do dinheiro desaparece por conta da corrupção. 




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Albinos em Moçambique

   Em Moçambique, ser albino é sinônimo de mito e todos têm um para contar, como o de que "eles não são enterrados, porque desaparecem" ou "a grávida que encontrar um albino vai ter um bebê albino.

   A maioria dos albinos em Moçambique não está em uma posição privilegiada na sociedade, sempre em trabalhos inferiores, isso quando conseguem trabalho. Os albinos são descriminados e assassinados, como se fossem uma maldição.

   O casal de fotógrafos Solange dos Santos de (moçambicana) e Dominique Andereggen (suíço) e a Adods (“Associação defendendo os nossos direitos”), uma organização moçambicana sem fins lucrativos, que visa garantir que os direitos das pessoas portadoras do albinismo sejam respeitados se uniram para fazer algo a respeito deste tema. Os fotógrafos sentiram a necessidade de fazer um trabalho revelador sobre estas pessoas que sofrem tantas crueldades quando vieram morar em Moçambique. Assim, em parceria com a Adods, nasceu o livro e a exposição fotográfica: “Filhos da lua”.

  
José de Sousa, técnico administrativo de profissão é um dos exemplos vivos de descriminação e contou na primeira pessoa à “Voz da América” um dos casos que continua a marcar a sua vida.
   
  “Um dos casos que mais me marcou foi no emprego. Fui uma vez prestar provas para uma vaga. Tive a melhor nota, mas não fui admitido, simplesmente por ser albino e o patronato achou-me incapaz de exercer a atividade”, lembrou com muita mágoa José de Sousa.


   Seguem trechos do livro e algumas fotos da exposição “Filhos da Lua”: 


  
    “Tudo começou no leste da África há alguns anos atrás, quando vivíamos na Tanzânia, indiscutivelmente o pior lugar do mundo para nascer com albinismo. O país tem uma das maiores populações de albinos do mundo e eles estão sendo perseguidos pela sua pele branca. É um lugar onde ser albino é quase uma sentença de morte. A notícia dos assassinatos macabros, mutilações e sofrimento dessas pessoas bonitas deixou uma impressão muito forte em nós“.


                                        

   “É uma maldição nascer albino na África Equatorial. Eles estão sob ameaça do câncer de pele e, por isso, raramente vivem para além dos 40 anos de idade. Além disso, a perseguição de pessoas com albinismo é baseada na crença de que partes de seus corpos transmitem poderes mágicos. Esta superstição está presente em algumas partes de África. As pessoas são condenadas ao ostracismo por causa do seu tom de pele. Elas são confrontadas com a discriminação, caçadas como animais e brutalmente atacadas tendo os seus membros decepados (braços, pernas, órgãos genitais) para serem vendidos no mercado negro para rituais de feitiçaria“.

   



   O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, considera que a situação em Moçambique continua melhor, relativamente a países como a Tanzânia, onde os albinos chegam a ser perseguidos nas comunidades, contudo, lamenta a prevalência dos preconceitos e disse esperar que a obra ora lançada contribua para consciencializar a sociedade.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Parque de Gorongosa

                                      


                                           Parque de Gorongosa


  O parque de Gorongosa é um santuário da flora e fauna africana. Foi fundado em 1960 para servir como um safári para atrair turistas para Moçambique e também para preservar espécies de animais e plantas.
  


  Está situado no coração da zona central de Moçambique onde, em 1920, a Companhia de Moçambique ordenou que 1.000 km² fossem conservados como uma reserva de caça. Hoje em dia contém 4.067 km².

  Entre 1981-1994 houve a guerra civil que devastou a região com a caça e conflitos armados. Diversas espécies de animais sumiram da região, mas em 1995 começaram os primeiros esforços para reconstruir o parque com ajuda do Banco Africano de Desenvolvimento (ADB).



  Hoje em dia, Gorongosa é um dos melhores para se visitar na África. Lá se podem ver animais de diversos tipos, dos majestosos leões aos grandiosos elefantes, mas com segurança é claro.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Religião em Moçambique

     A religião em Moçambique apresenta grande miscigenação devido a grande diversidade de povos e tribos presentes nesse país. Abaixo está o gráfico que nos mostra os dados das religiões presentes em Moçambique segundo o senso de 2007:

     
     
Há uma grande concentração de muçulmanos no país.


domingo, 16 de novembro de 2014

Exposição!

     Com esse projeto do nosso professor de pesquisar sobre países lusófonos, recebemos a proposta de montar uma exposição para mostrar um pouquinho do nosso país. Mostramos objetos e músicas típicas, literatura e cultura.
     Foi um dia cansativo, porém gratificante porque todas as nossas pesquisas e as nossas programações, de como montar a exposição, deram muito certo e tudo foi exposto do jeito que queríamos mostrando cada cantinho e parte da cultura.

     A literatura esteve muito presente na exposição, foi mostrado poemas de José Craveirinha e livros do Mia Couto, além de frases do mesmo. Essas frases ficaram presas em uma grade e as pessoas podiam escolher a frase que mais gostasse para levar para casa 




     
     Além disso, expomos também objetos de artesanato, capulanas, batiks...


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     A música típica também estava presente, celulares ficaram disponíveis para as pessoas, após lerem o painel falando de diversos cantores, pudessem escolher qual artista escutar.



     Havia também a possibilidade das pessoas interagirem, tirando foto com as frases do Mia Couto. Essa parte da exposição fez muito sucesso, muitas pessoas tiraram fotos.



     O mais inusitado foi um menino no metrô ter pedido para tirar foto com a placa.


     As típicas brincriações do Mia Couto também estavam presentes.

     E a culinária que não podia faltar...


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pintores

    Em Moçambique a variedade cultural é muito grande e existem muitos artesãos e pintores.

Gemuce
  Entre ele nós temos o Gemuce que é um artista contemporâneo que não tem um estilo bem definido, com os trabalhos quase sempre figurativos. Dentre os diversos artistas existentes em Moçambique, Gemuce sempre teve admiração por Malangatana.  


Violão: Gemuce








     Ele diz que as suas obras refletem seus sentimentos, seu humor, suas convicções e contradições pessoais e também a sua percepção sobre o dia a dia.




     
Malangatana

     Outro pintor renomado é o Malangatana que nasceu no dia 6 de junho de 1936 e faleceu no dia 5 de janeiro de 2011. Até conseguir estudar arte ele teve diversos empregos diferentes como apanhar bolinhas de tenis em um clube. Ele é um dos artistas Moçambicanos mais renomados e conhecidos internacionalmente, conhecido por ser auto didata e por ter produzido uma vasta obra no campo da pintura. 

Julgamento de militantes da Frente 
de Libertação de Moçambique


     Ele já teve exposições espalhadas pelo mundo todo e em diversos países da África, Europa e Ásia. Ele expressa a sua arte de diversas formas diferentes seja pela dança, música, como pelo teatro, cerâmica e escultura. Seu trabalho transmite essencialmente as suas raízes africanas.




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Instabilidade Política X Desenvolvimento de Obras Literárias

     Em uma entrevista, Mia Couto que é um dos grandes escritores moçambicanos e de Língua Portuguesa, fala de como a instabilidade política e um princípio de guerra civil influenciam no desenvolvimento de novas obras literárias, para ele é preciso ter sossego e paz para que seja possível escrever. 
      Ainda nessa entrevista, ele fala da relação que ele acha que países lusófonos deveriam ter.
      É uma reportagem muito interessante e vale a pena ser lida.







Fonte:
http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/2014/04/para-mia-couto-e-preciso-resolver-o-passado-de-mocambique-para-curar-o-presente-9008.html